+ Serão entrevistados professores que iniciaram a profissão entre a década de 1970 e o início da década de 1980.
+ Os professores ou professoras a entrevistar serão identificados de acordo com o método de conveniência ou método de bola de neve.
+ Na entrevista, podem partilhar-se fotos ou outros objetos que para o/a entrevistado/a, ajudam a “contar a história”.
+ A entrevista, que em geral acontecerá num único encontro, será norteada pela questão inicial – o que o fez ser professor; as demais questões emergem da fala do entrevistado, ainda que norteadas por um roteiro com dimensões a serem abordadas, que serão identificadas numa revisão de literatura realizada anteriormente.
+ A transcrição das entrevistas será feita concomitantemente à recolha, a qual será monitorizada em reuniões semanais de reflexão sobre a qualidade dos dados produzidos, dificuldades e principais tendências dos relatos.
Neste processo serão também selecionadas vinhetas – extratos de histórias especialmente (in)formativos – para motivar os estudantes na fase 2 do estudo e preparar a fase de análise, nomeadamente quanto à sua natureza e etapas.
+ A intenção é produzir uma análise paradigmática e uma análise narrativa [2] das Histórias de Vida.
+ A análise paradigmática permitirá produzir conhecimento sobre os percursos de ensino no quotidiano e sua articulação com os aspetos contextuais, dando conta, portanto, de ‘arquiteturas de prática’ [16], que vinculam as categorias temáticas aos aspetos sociopolíticos, económicos e culturais.
+ A análise narrativa gera uma meta-história – uma narrativa [2] geralmente produzida a partir de mais do que uma história (relato). É o analisador que o cria, sintetizando numa narrativa única (de cerca de uma página) vários enredos do mesmo género. Como um ideal tipo, esta história não é de ninguém, mas pode ser identificada por vários relatos.
+ Tanto a análise paradigmática quanto a análise narrativa, dependendo da natureza dos dados produzidos, podem envolver seleção e narração de histórias individuais (30).
+ Na etapa 2, as vinhetas selecionadas na fase 1 e algumas “narrativas” (histórias já reconstruídas) serão utilizadas como motivação para os alunos-professores das unidades curriculares ministradas pelos investigadores da equipa (equipa ID).
+ Os estudantes (junto com os formadores) elaborarão projetos de grupo para recolher histórias de vida de professores.
+ Pretende-se que os alunos tenham contacto direto com professores veteranos, reflitam sobre este processo por escrito e criem formas de análise a partir de pontos de vista que selecionam.
+ Os formadores acompanharão esses processos com notas de campo.
+ Serão desenvolvidos 8 projetos, tantos quantos os formadores da equipa ID que lecionam em programas de formação de professores, da Educação de Infância ao Ensino Secundário.
+ Em cada uma dessas instituições, serão realizados seminários finais (6), abertos à comunidade, para apresentar os resultados das pesquisas, tendo como comentadores professores veteranos.
+ A publicação colaborativa será incentivada.
+ Fotografias e imagens podem ser recolhidas, salvaguardando-se o sigilo e o anonimato; o uso de formas artísticas e multimodais de expressão será incentivado acima de tudo.
+ A metodologia referencial nesta fase é a pesquisa-ação, uma vez que possibilita ciclos de conceção, implementação e avaliação/reflexão, bem como se aproxima da perspetiva de pesquisa que melhor caracteriza a pesquisa profissional docente [3].
+ As reflexões dos alunos, os produtos dos projetos e as notas de campo dos educadores constituirão os dados da pesquisa.
+ Esses meios estarão associados à realização de grupos focais com educadores e com os alunos, utilizando um roteiro comum para todas as regiões, a fim de avaliar os efeitos da intervenção.
+ Todos esses dados serão analisados por meio da análise temática de conteúdo, a fim de avaliar os efeitos e a produção correlativa das recomendações.
+ A Fase 3 diz respeito à criação de um repositório aberto denominado Repositório aberto de histórias de ensino e formação. O principal objetivo é criar um espaço onde se possam encontrar “vidas” de professores organizadas de acordo com temas relevantes para a inovação educacional, bem como exemplos de “diálogos intergeracionais”.
+ Esta fase inclui três eixos:
– O 1º é sobre a natureza dos dados e seu potencial para o repositório; inclui também a identificação de boas práticas neste tipo de repositórios e a organização dos dados que estão a ser recolhidos e analisados de forma a armazenar a informação e a estudar o potencial dos dados para o eixo seguinte;
– O 2º eixo centra-se na produção dos conteúdos (imagens, vídeos, organização de informação escrita…) que irão compor o repositório; inclui também o estudo da “arquitetura da base de dados” em conjunto com o tipo de conteúdos a disponibilizar;
– O 3º eixo refere-se à constituição e lançamento do repositório composto por documentos multimodais enriquecidos por imagens fornecidas por professores e estudantes e por links para elucidar questões que podem emergir das histórias de forma transversal e persistente.
+ Pretende-se que este repositório seja disponibilizado para consulta em várias instituições – universidades, escolas de formação, escolas básicas e secundárias, e bibliotecas.
+ A construção do repositório implica um tratamento específico e multidisciplinar dos dados produzidos nas fases 1 e 2.
+ Na fase 1, serão selecionadas 10 a 20 histórias ou narrativas que serão tratadas de forma a se adequarem aos objetivos da base de dados, garantindo variedade e representação. Será tentado algum equilíbrio entre homens e mulheres, litoral e interior.
+ Algumas dimensões desta fase encontram-se com a recolha e a análise de histórias de vida da fase (incluindo a construção de narrativas) e são inerentes à gestão de dados. Outras contêm exigências técnicas específicas para a sua disponibilização: escrever minibiografias, indexar histórias e partes de histórias ou o tratamento de imagens e som.
+ Serão realizados vídeos relacionados com as narrativas selecionadas e os diálogos intergeracionais, com legendas em português e inglês.