FYT-ID

Ensino Secundário-Técnico

« Back to Glossary Index

O ensino técnico, ramo de ensino secundário, que maior probabilidade tinha de cativar o interesse por parte de empresários, quer na sua promoção, quer no seu financiamento, foi sustentado quase exclusivamente pela iniciativa oficial pública. O grande impulso do ensino técnico data da implementação dos Planos de Fomento económico no Estado Novo, a partir de 1953, os quais visaram modernizar e expandir a estrutura económica e empresarial do país. Neste contexto é que se entende o maior investimento público na década de 1950 para aprofundar a reforma curricular do ensino técnico realizada em 1947 e 1948 a quase triplicação do número de alunos matriculados no período entre 1950 a 1960. Em termos comparativos, os alunos matriculados nas escolas públicas de ensino técnico serão quase o dobro dos dos liceus oficiais no período de 1960 a 1970. Não obstante a qualidade funcional de muitas escolas e da utilização de metodologias ativas de ensino, os alunos do ensino técnico, mercê da especificidade curricular dos planos de estudo, não dispunham de iguais oportunidades de acesso ao ensino superior que os seus colegas dos liceus. O ensino técnico denotava uma pesada carga letiva semana (40 horas), assente no predomínio de disciplinas de especialidade técnica pelo que era encarado como uma formação terminal, cuja finalidade primordial era preparar quadros profissionais médios e classes sociais intermédias, espelhando o dualismo da sociedade portuguesa, dado não prepararem sistematicamente para o ensino superior e recrutarem essencialmente entre as classes menos favorecidas, colocando-as ao serviço das elites locais.

« Back to Glossary Index
Scroll to Top